Falta de sono a longo prazo pode causar diabetes

O diabetes é uma doença crônica caracterizada pela deficiência do organismo em absorver a glicose nas células, o que leva ao aumento do nível de açúcar no sangue. Quando não tratada corretamente, algumas complicações podem acontecer, prejudicando a qualidade de vida de quem tem o diagnóstico. No Dia Mundial do Diabetes, marcado nesta quarta-feira, o Brasil tem estimado pouco mais de 12 milhões de diabéticos, segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Diabetes.

Por isso, é importante observar que a lista dos cuidados já conhecidos relacionados a bons hábitos que envolvem alimentação, bebida e atividade física ganha mais um item: o sono. Poucas horas dormindo, insônia ou períodos com pouco descanso podem interferir no diabetes, afirma uma pesquisa publicada no The Journal of Clinical Endocrinology and Metabolim, de Chicago.

O estudo já tinha constatado que a dificuldade para dormir era responsável em aumentar a sensibilidade à insulina e intolerância à glicose. O problema para pegar no sono também interfere no hormônio da saciedade, a leptina, evitando o controle da fome. “O fato do paciente não dormir facilita ainda mais as transgressões dietéticas no período noturno, além de modificar o ritmo circadiano de vários hormônios envolvidos no controle do metabolismo da glicose”, informa a endocrinologista Lúcia Helena Bonalume Tacito, professora de endocrinologia da Faculdade de Medicina de Rio Preto.

Dormir menos do que as horas recomendadas diariamente para todas as pessoas, entre seis a oito, por um período prolongado pode ser um fator determinante para estimular o desenvolvimento do diabetes. “O encurtamento do sono é um problema, pois não estamos geneticamente adaptados para isso. É o sono que ajuda a regularizar o metabolismo da glicose”, explica a neurologista Dalva Royares do Instituto do Sono, Dalva Poyares, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Quem tem dificuldades para dormir, mas acaba recompensando as horas perdidas em um outro período do dia não está nesse grupo que favorece as chances de desenvolver ou causar complicações do diabetes. O risco maior, consequência do encurtamento do sono, é a resistência à insulina, afirma a neurologista, devido a esse desregulamento do metabolismo da glicose.
“Outra relação está no próprio estilo de vida desfavorável que gera esse encurtamento do sono, uma situação que a longo prazo resulta no desequilíbrio metabólico”, diz a neurologista do Instituto do Sono.

Fonte: Diário da Região

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